Rashomon, 1950
(Rashômon)
País:Japão
Diretor: Akira Kurosawa
Elenco:Toshirô Mifune,Takashi Shimura, Daisuke Katô, Fumiko Honma, Kichijiro Ueda, Machiko Kyô, Masayuki Mori, Minoru Chiaki
SINOPSE:Japão, século XI. Durante uma forte tempestade, um lenhador (Takashi Shimura), um sacerdote (Minoru Chiaki) e um camponês (Kichijiro Ueda) procuram refúgio nas ruínas de pedra do Portão de Rashomon. O sacerdote diz os detalhes de um julgamento que testemunhou, envolvendo o estupro de Masako (Machiko Kyô) e o assassinato do marido dela, Takehiro (Masayuki Mori), um samurai. Em flashback é mostrado o julgamento do bandido Tajomaru (Toshirô Mifune), onde acontecem quatro testemunhos, inclusive de Takehiro através de um médium. Cada um é uma “verdade”, que entra em conflito com os outros.
COMENTÁRIO:Rashomon é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes de Akira Kurosawa.Prova disso é que graças a esse filme, o Oscar criou a categoria de “Melhor Filme Estrangeiro”.E admito que fiquei até um pouco intimidada ao fazer a resenha de um filme tão importante quanto esse.Mas vamos lá!
A história, totalmente inovadora para a época, é sobre um crime.Um homem é morto no meio de uma floresta.Só que são mostradas quatro versões diferentes do crime , contada por cada um dos envolvidos: o assassino, a mulher do morto, o lenhador que encontra o corpo e até do próprio morto, que fala através de um medium. Em virtude disso, a trama se torna envolvente, pois ficamos curiosos pra saber o que realmente aconteceu.
É interessante o depoimento no tribunal, em que os atores olham diretamente pra câmera, como se estivesse falando com o espectador. A pessoa que está fazendo o interrogatório não aparece e sua voz sequer é ouvida.
Ao longo do filme percebemos que talvez não exista uma resposta definitiva, apenas interpretações dos fatos.Com isso a própria atuação dos atores muda completamente de acordo com a versão contada.Com destaque total para Toshirô. Completamente diferente do seu personagem em Cão Danado, que fiquei até na dúvida se era o mesmo ator. Principalmente na primeira versão, em que sua expressão é a de um louco selvagem e até sua voz está diferente. A interpretação exagerada me incomodou um pouco, mas ao mesmo tempo, creio que isso se deve ao fato de estarmos vendo as versões do fato e não o fato verdadeiro.
Outro ponto que me chamou a atenção é como o filme permanece atual apesar de ser uma história de época filmada em 1950.Isso fica claro, em uma das versões, ao olhar de desprezo do marido para a mulher, depois dela ser estuprada.
Resumindo “Rashomon” é um filme espetacular, que incrivelmente termina com uma mensagem de fé na bondade do ser humano.Simplesmente obrigatório para qualquer um que se diga fã de cinema.
Cotação: 5/5
Dados do Arquivo:
Servidor: Mega; Tamanho: 323,4 MB; Formato: rmvb; Idioma: Japonês ; Legenda:Português